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MB Nacionais: Cah Poszar

No final de 2019, a Editora JBC anunciou um novo selo Start voltado para mangás nacionais, e uma das autoras com obra apresentada foi Cah Poszar, com Teerra & Windy. Camila Cardoso Poszar, também conhecida como Cah Poszar, é ilustradora, quadrinista e designer que já tem alguns trabalhos autorais publicados, além de participação em coletâneas como Shoujo Bomb.

Cah é fã de histórias em quadrinhos desde muito nova, e com a chegada de mangás no país nos anos 2000, se apaixonou à primeira vista e logo de leitora passou para criadora, se formando em Artes Visuais pela UNESP.

Influenciada por títulos como Sakura Card Captors, Rurouni Kenshin, Fullmetal Alchemist, jogos de RPG, livros de aventura e mitologia, começou a produzir sua próprias histórias, tendo publicado de forma independente tanto em formato físico quanto online.

Trabalha atualmente na área de licenciamento, ilustrando Style Guides de personagens famosos, como Barbie, Polly, Hot Wheels, Miraculous Ladybug, Wonder Woman, entre outros, criando desde ilustrações dos próprios personagens, assets, backgrounds, até estampas corridas e muito mais.

Também já trabalhou projetando brinquedos promocionais de personagens licenciados para grandes clientes, como Mondelez, Top Cau, Kopenhagen, C&A, Renner, Riachuelo, Shell, entre outros.

A autora gentilmente nos enviou alguns de seus trabalhos, e faremos uma review de todos eles. E eles vieram nessa linda embalagem!

O primeiro trabalho que irei citar é A Torre, uma reinterpretação de história de princesas.

Nessa história, começamos com uma donzela, Anne, presa a anos em uma torre isolada, mas ela não espera um príncipe encantado vir buscá-la, e escapa na primeira oportunidade que encontra. Não consegue ir muito longe, pois logo cruza caminhos com um espadachim, Leo, que está atrás do Demônio da Torre Amaldiçoada para vingar sua irmã. Quando Anne explica a ele que não há nenhum demônio na Torre, pois ela estava lá o tempo todo, eles vão atrás da fonte dos problemas deles: quem trancou Anne na Torre e quem matou a irmã de Leo. Um pessoa que por motivações egoístas, deixou-se corromper.

Essa história participou do Brasil Mangá Awards da JBC, ficando em 15º lugar, mas conquistou o segundo lugar no Prêmio Literário Nikkei 2016 - Categoria Mangá do Bunkyo.


O segundo é Teerra & Windy, uma história em 2 volumes. É nessa série que a autora teve maior liberdade e criou um universo mais amplo, onde vemos uma maior influência de RPGs, com diversos  clãs especializados em diferentes classes.

Em Teerra & Windy, acompanhamos o jovem arqueiro Luka acompanhado da loba Teerra e da harpia Windy em busca de uma maneira de sair do território do reino onde vivem, mas para isso, Luka precisa de um passe especial. Uma das opções é competir em um torneio de arco e flecha, oferecido pelo clã dos Olhos de Águia. Porém Luka é cego de um olho, então as pessoas começam duvidando das suas capacidades como arqueiro, dizendo que ele está trapaceando, além de não verem com bons olhos ele estar acompanhado e conversando com animais selvagens.

Como disse anteriormente, nessa série a Cah Poszar conseguiu trabalhar melhor sua narrativa, criando sub-tramas e expandindo o leque de personagens, conseguindo trabalhar com esses personagens secundários. No segundo volume ela estende a história principal, mas seguindo a base criada pelo primeiro volume, ou seja, não fica um volume extra sem conexão com a história anterior.


The Little Good Wolf é uma outra interpretação de um clássico da literatura pela Cah Poszar. Baseado livremente em Chapéuzinho Vermelho, nesse história, em vez do Lobo Mau, temos o Lobo Bonzinho e suas interações com a Menina. A autora se desafiou nessa história em contá-la sem utilizar balões de fala, no máximo alguns balões com desenhos. É uma história curta, mas que consegue transmitir as emoções das duas protagonistas, a Menina e o Lobinho.


Por último, temos a coletânea Shoujo Bomb, que foi a primeira coletânea independente de Shoujo Mangá no Brasil. A coletânea possui 6 histórias de 6 autoras (Renata Rinaldi, Ligia Zanella, Jana Araújo. Ju Loyola, Mariana Petrovana e Cah Poszar). Recomendo muito dar uma olhada nas diferentes histórias apresentadas nesse volume, e exatamente essa história da Cah Poszar que se destaca de seus trabalhos anteriores. Enquanto Teerra & Windy temos uma expansão do universo de tramas e personagens, e The Little Good Wolf temos o desafio de se fazer um mangá mudo, em The Moon Witch nós temos o avanço na narrativa, nos diálogos das personagens.

Nessa história, The Moon Witch, nós acompanhamos Violeta que sai em busca de um remédio para curar sua irmã, uma bruxa boa, que foi envenenada. Não encontrando nenhum antídoto na cidade, ela elabora um plano de não descansar, ir a outras cidades atrás de um antídoto. Nisso aparece a Noite concordando com o plano, e assusta Violeta, pois está tem uma aparência próxima da sua prima Morte. As duas conversam, tem um diálogo maravilhoso, que é um ponto alto dessa história.


A autora Cah Poszar tem um traço bem característico que você reconhece facilmente, principalmente pelos olhos bem grandes e expressivos. Todas as suas histórias, uma influência de Sakura Card Captors, giram em torno do Amor, em suas diversas formas. Seja um amor de um casal, seja um amor fraternal, ou entre um filho e sua mãe. 


Todos esses mangás podem ser encontrados na loja da autora, e ela é ativa no Instagram, linkamos os dois abaixo. Além das histórias, a Cah também nos mandou alguns mimos, que também podem ser encontrados em sua loja.

 




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Rafael Werneck

Rafael Werneck

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