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Review Naruto: The Last (Novel)


Hoje nós temos uma review especial. A Panini gentilmente nos cedeu uma cópia da novel Naruto: The Last para resenha, feito pelo nosso parceiro Flavio Haag do blog Itadakimasu.

The Last: Naruto the Movie, ou apenas Naruto: The Last, é uma novel escrita por Maruo Kyozuka e com artes do Kishimoto.

"A lua começou a se aproximar da Terra! E quando o choque ocorrer, a lua irá se despedaçar, chovendo meteoritos sobre a superfície da Terra. Com a aproximação do fim do mundo, Hyuuga Hanabi é raptada por um misterioso grupo. Então Naruto e seu grupo partem para uma missão de resgate que também pode definir o futuro do planeta!"




Na verdade esse livro é uma adaptação do filme de mesmo nome que foi roteirizado pelo Maruo Kyozuka, ou seja, é puramente a narrativa do filme e mesmo as artes do Kishimoto nada mais são que fotos do filme em preto e branco como vocês vão ver mais para a frente nas imagens. Por esse motivo a novel não é nenhuma novidade para quem já assistiu ao filme de 2015.

Mas eu não assisti, então toda a minha opinião será em cima do livro mesmo.

Cronologicamente, The Last se passa entre o penúltimo e o último capítulo do mangá original. Naruto agora é um ninja muito famoso após ter salvo o mundo na Grande Guerra, mas ainda não se tornou o Hokage. A obra não dá uma data exata, mas eu chutaria que se passaram apenas uns dois ou três anos depois da batalha com a Kaguya.

Por mais que tenha toda a sua trama, o seu mistério para ser revelado e o vilão para derrotar, essa novel é para nos mostrar o inicio do relacionamento entre Naruto e Hinata. Quando o mangá terminou, muita gente criticou o fato de que o protagonista se casou com ela pois foi um relacionamento que “surgiu do nada”.

Só que The Last nos faz pensar numa coisa muito importante: o último capítulo de Naruto se passa muitos anos depois da luta final. Muita coisa aconteceu ao longo desse time skip, entre as quais tivemos o Kakashi virando Hokage, o mundo sendo salvo várias vezes e até mesmo Naruto e Hinata desenvolvendo um relacionamento.


Focando mais nessa parte do desenvolvimento do relacionamento antes de falar do resto da história, eu diria que essa parte me convenceu.

Vamos ser honestos, a Hinata sempre foi apaixonada por ele ao longo de todo o mangá, desde a primeira aparição dela lá no Exame Chunin. Ao longo da obra vimos várias vezes ela demonstrar esse sentimento, seja se jogando na frente do Pain ou na luta contra o Madara, então por parte dela sempre esteve ali. Faltava apenas o bobalhão loiro parar de olhar pro Sasuke e finalmente perceber ela.

The Last faz esse trabalho, em determinado momento da história temos um local que mostra memórias antigas e nesse ponto Naruto percebe que ela sempre esteve perto dele ajudando. Ao longo da história, ele vai novamente notando ela. Eu sempre comparo a relação do Naruto/Hinata com a relação do Harry Potter/Gina, é um relacionamento simples em que um lado sempre foi apaixonada (no caso dos dois era a garota) e a única coisa que faltava era o garoto perceber e dar uma chance. Depois de ler The Last, eu percebi que o casamento do Naruto com a Hinata não era “tirado do nada”, ele tinha um começo e talvez em outras novels até tenha mais desenvolvimento até chegar no ponto de ambos casarem e terem o Boruto.


Falado então do casal principal, vamos discutir a história de The Last e o fato dessa obra não ter nenhum realismo no que diz respeito a trama.

É um pouco complicado falar de “realismo” num shonen onde ninjas lutam com super-poderes e monstros gigantes, eu sei disso. Mas acho que The Last conseguiu fugir ainda mais do padrão de realismo que Naruto tinha até então. Eu não sei por qual motivo, mas o autor decidiu que a lua ia ser a arma do inimigo, e não só isso, toda a batalha se passaria na lua.


Como assim na lua? De onde veio isso?

É como eu disse antes, mesmo que o nível de “realismo” seja o protagonista ter uma raposa gigante dentro do seu corpo, ainda assim havia um “limite” nas batalhas. Um limite tipo não lutarem no espaço sem que suas cabeças explodam.

Eu até estava aceitando eles lutando dentro da lua em um espaço modificado pelo chakra e que permitia a sobrevivência deles. Ok, dentro do “universo Naruto” isso ainda fazia sentido. Mas então chega um momento em que eles saem desse espaço e vão lutar na superfície da lua, sem qualquer proteção ou qualquer tipo de preparo. Quando isso aconteceu, a primeira coisa que pensei foi: como que o Naruto conseguiu respirar no espaço? Do nada Naruto virou Dragon Ball e os caras estavam lutando no meio do espaço.

Sinceramente, toda a história de The Last casa com o universo de Naruto. Um vilão com chakra poderoso, toda a história centrada num dos muitos estilos de globos oculares (no caso o Byakugan), uma luta final poderosa, segredos ancestrais e tudo que vimos ao longo dos 72 volumes do mangá original. O problema todo é: isso precisava acontecer no espaço? Não dava para essa super batalha acontecer numa vila secreta ou num laboratório escondido no subterrâneo de Konoha? Tinha mesmo que ser na lua?

Quando foi, em meio a tudo que já li de Naruto, que eu perdi o momento da corrida espacial? Quando foi que o espaço se tornou uma parte do cenário da obra?

Sabem, se a gente ignorar essa viajada bizarra do autor, The Last é um baita livro. É uma experiência muito boa para quem é fã de Naruto e gosta de ler mais sobre o personagem.



Agora, vamos falar um pouco da Panini e a edição física de The Last.

Bom, o livro veio em papel Polen Bold, o que é um excelente papel para livros. Comparando um pouco com algum similar, é o mesmo papel que a NewPOP usa em suas obras, porém bem mais grosso e firme, inclusive admito que não foram poucas as vezes em que pensei estar virando duas páginas ao invés de apenas uma.

Como as letras também estavam num tamanho bom, isso ajudou muito na leitura. O papel mais amarelado e a fonte escolhida foram um grande acerto da Panini, pois não cansam a vista do leitor e ajudam a fluir mais facilmente a leitura.

Em suas medidas, a novel tem tamanho 14×21, isso é pouca coisa maior do que um mangá normal, como vocês podem ver na imagem abaixo. Eu não senti no que esse tamanho “extra” ajudou, pois como podem notar nas fotos do texto, as bordas são bem grandes e talvez ter reduzido para uma medida mais próxima aos mangá não fosse fazer tanta diferença e ainda manteria um padrão na estante. Eu sei, é besteira, mas acho que vale o comentário.

A tradução da Panini merece um comentário mais complicado, pois ainda não sei se gostei ou não. Então vamos lá.

O primeiro ponto é que senti que alguém estava me contando o filme e não uma história. Acredito que esse ponto seja mais culpa do autor do que da tradução da editora, então relevo um pouco. Só que minha sensação era essa, de que ele estava me contando algo que ele estava assistindo ao invés de me contar apenas a história. Não sei se vocês conseguem entender o que estou dizendo, mas eu senti mais que ele estava comentando do que narrando.


O segundo ponto já é mais culpa da editora mesmo, pois envolve algumas escolhas de palavras. Eu tenho 29 anos, leio muita coisa e vocês sabem, tanto em gibis quanto em livros, arrisco dizer que eu possuo um vocabulário de bom para cima. Mesmo assim, tiveram pelo menos umas três ou quatro palavras em que precisei procurar no Google o significado pois nunca tinha nem mesmo ouvido falar.

Ok, mas qual o problema nisso? Naruto The Last não é um livro para quem tem 29/30 anos, não é um livro para quem já tem uma alta experiência literária. Não estou subestimando, só estou dizendo que o público alvo são crianças/adolescentes de 12/13 anos. NTL é um livro “de entrada”, para o pai que quer incentivar o filho a ler livros e aproveita que saiu um do personagem que ele gosta. Então eu considero que seja um livro que precise ter uma linguagem mais simples, mais fácil. Colocar palavras muito complexas ou incomuns num livro desses pode afastar o público alvo.

Na parte de revisão, a editora foi muito bem, mas deu algumas escorregadas na reta final. Eu só encontrei dois erros de português, ambos na verdade eram palavras escritas no sexo oposto do que deveria ser. Outra coisa que a editora pecou em alguns momentos foi no alinhamento lateral dos textos, quase todo o livro estava justificado mas em alguns momentos era possível perceber que esse alinhamento não ocorria, e isso fica muito visível.

Pensando friamente, Naruto The Last é um trabalho muito bom da editora. Não estou falando isso apenas por ter recebido de presente o volume, estou sendo sincero. Os poucos erros que encontrei não estragam a experiência final e não estão nem perto do que vinha ocorrendo em outros títulos da editora. Acho que no resultado final, todo o trabalho da Panini ficou muito mais próximo do acerto do que do erro.



Bom, Naruto The Last está nas nossas lojas desde janeiro. O preço de capa é de R$ 35,90, o que não considero caro para a qualidade entregue, tem 175 páginas e é um volume único.

Nota:  4,7 / 5,0

A Panini deu uma dentro muito boa, Naruto é a melhor porta de entrada da editora no mercado de novels. Espero que ela perceba isso e que seja questão de tempo até o anúncio das outras novels do ninja loiro.

Agradecemos à Editora Panini pela cópia da novel para essa resenha.
Mangás Brasil

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